quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Primeiro amor

Éramos unidos como um só, mas éramos felizes como ninguém. Lembro hoje de uma história que poucos acreditam ser verdadeira. Como poderia uma adolescente amar? Eu queria saber também, não está certo conhecer um amor assim tão cedo, porque nunca estamos prontas para a partida. Mas deixe eu lhe contar desde o começo.

Sempre gostei de sentir a areia nos meus pés, de ouvir o do mar, de ver as cores do céu mudarem ao final de mais um dia. Mas naquele início de noite foi diferente. Aquele sorriso iluminado por um laranja prestes a virar branco da lua me encantou do jeito mais puro que poderia acontecer. Foi naquele segundo que tudo saiu dos eixos, fui perdendo noção dos sentidos, principalmente perdendo o equilíbrio. Quando me dei conta eu já estava com o cabelo cheio de areia e olhando em olhos verdes.

— Está tudo bem?
— Sim, claro... Não sei o que aconteceu... - disse me levantando e tentando sair daquele momento horrível, mas ainda bem que eu sou um desastre e nunca consigo sair de um momento constrangedor.
— Você quer que eu te acompanhe até o hospital ou algo do tipo?
— Está tudo bem, ok? Sei que sou desastrada, mas não sou uma criança.
— Tudo bem dona sei me cuidar - ele disse me dando espaço para sair.

Naquela noite fui a rainha dos sorrisos bobos. Mas dias se passaram e por incrível que pareça o destino fez com que meus meros olhos castanhos escuros se encontraram com aqueles verdes mais uma vez. Pra resumo de história tivemos uma conversa civilizada e sem tombos, trocas de números, noites de conversas.

Fomos juntando momentos que duraram um ano. Até que não nos conhecíamos mais. E tudo se esvaiu das minhas mãos como se todos aqueles sorrisos fossem areia. Bem devo confessar que depois de tantos meses não dói mais, e nem deveria doer, mas sabe, ainda deixo uns sorrisos bobos por ai ao lembrar daquela primeira noite, e é assim que deveria ser um primeiro amor. Pelo menos eu acho.

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