Parece que foi ontem, o início, os carinhos, as brigas, o "eu te amo", o "vai se ferrar", parece não fazer tanto tempo desde os beijos, os tapas, meu corpo colado no teu em uma paixão que ardia, ou último adeus em uma frieza que congelava.
Mas foi a tanto tempo, ocorreu tanta coisa, mas agora está tudo bem, atrás da porta deste banheiro está alguém que diz me amar, suplicando para que eu não escreva a última palavra, mas agora eu estou calma, porque o sangue alaga o chão do meu banheiro e eu escrevo quase que feliz a minha carta de suicídio.
Quero que fique registado nesse papel amassado que tu foste, meu bem, a minha cura e a minha destruição, você adiou o inadiável, mas quando se ausentou não tinha mais porquê esconder que o meu destino era estar aqui, desistindo de vez.
Não quero que ninguém siga meu exemplo, eu nasci para morrer, o amor foi até lucro para mim, mas quem estiver lendo essa carta e estiver pensando que não tem mais saída, talvez tenha, talvez se você tentar... Só tente mais uma vez, ame mais uma vez, só mais uma vez antes de suspirar pela última vez...
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