Meu coração devia estar partido. Mas algo me fez mantê-lo intacto. Talvez fosse o fato de eu sempre estar preparada para coisas ruins acontecendo nas terças-feiras, cada vez mais percebo que esse realmente não é meu dia da semana.
Bomba explodida, procurei me distrair, a noite mal dormida já havia provocado reflexões demais. Li dois livros, e estou na metade do terceiro. Acho que finalmente estou conseguindo canalizar meu sentimentos para transformar em algo produtivo.
E então veio a chuva, nem muito forte nem muito amena, resolvi folhear meu livro num lugar da casa onde eu podia sentir a chuva gotejar em meus pés.
Não consegui me concentrar no livro, depois de cinco minutos eu já estava mais preocupada com o que a letra da música que eu ouvia estava dizendo enquanto eu olhava fixamente as muitas gotas chocarem-se com as folhas das plantas do jardim.
"Continuo a deixar que caiam mesmo sabendo o quanto isso dói"
(o trecho original estava em inglês mas vou deixar traduzido).
Em meio a tudo isso, ao olhar o céu, vi pássaros em revoada e logo pensei :
"Pássaros não voam na chuva."
E isso ficou na minha cabeça, porque sempre pensei que não conseguissem voar na chuva já que a água deixava as penas das asas grudadas e pesadas.
Mas eles estavam lá, voando, pouco se importando para o que eu pensava que eles poderiam fazer ou não.
Talvez eu devesse ser assim também. Não devo deixar que o tempo ruim me impeça de fazer o que eu quero.
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