Querido, eu ainda lembro da sua voz ao telefone, lembro do calor do teu abraço das noites frias, lembro do teu sorrisos em todas as tardes que você segurava a minha mão, lembro muito bem desses teus olhos que tinham um jeito especial de comunicação com a parte boa que há em mim.
Estou aqui reescrevendo pela milionésima a carta que você nunca vai ler. Estou enrolada no cobertor que ainda tem o seu cheiro, a chuva cai lá fora lavando as ruas que nós caminhávamos, lavando os bancos que nós sentávamos, mas não lava a minha alma que está carente de ti.
Meu chocolate que a alguns minutos era quente me lembra dos teus sorrisos no café da manhã, da tua voz de sono ao insistir que eu estava linda mesmo com o cabelo bagunçado, com a sua camisa cobrindo só até o inicio da minha perna e com uma xícara desse mesmo chocolate quente na mão.
O sol se foi faz horas garoto e tenho minhas dúvidas se ele irá voltar, acho que ele insiste em te acompanhar. A luz do fim do dia deixa teus olhos cor de mel com um tom bem mais apaixonante, sempre fiz questão de lembrar disso nessas últimas tardes de inverno. E é isso que me mantém acreditando que talvez um dia você irá voltar.
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