domingo, 24 de abril de 2016

Um pouco de mim


Quem me conhece sabe que tudo que eu escrevo faz parte do que eu vivo, mas não sou de falar da minha vida de forma direta.
Hoje eu senti uma vontade enorme de compartilhar uma história cujo o foco principal é saudade, algo que combina muito bem com domingos.
Algumas pessoas passam por nossas vidas por motivos que parecem maiores que o acaso, e elas fazem toda a diferença. Essa história é sobre alguém assim.
No dia 12 de outubro de 2014, uma amiga me colocou em um chat em grupo repleto de pessoas que eu não conhecia, só havia eu e mais um garoto com o DDD da minha região.
No começo, muita empolgação, piadas e conversas sem sentido na madrugada. Até que um dia o garoto da minha região apareceu pedindo ajuda, e então tentei ajudá-lo, mas fora do grupo. Na conversa descobri o nome completo, idade, onde estudou e que estava em Brasília cuidando de sua avó, e nossas conversas perduraram por meses.
Ele ia fazer 18 e eu tinha acabado de fazer 14, mas surgiu uma cumplicidade tão grande entre nós, que pareciamos ser a mesma pessoa. Contávamos sobre nossos amores, dores, perdas, gostos e sonhos.
Eu tinha feito um amigo diferente de todos, ele era especial.
E então no final do mesmo ano, ele voltou pra cidade e me chamou pra sair com uma amiga em comum que tinhamos, mas eu estava em semana de provas e achei que teriamos outras chances de nos ver.
No outro ano, tudo estava um mar de rosas, a cada dia que passava, nossa amizade parecia estar mais fortalecida. Eu o vi apaixonar-se algumas vezes durante aquele ano, umas mais duradouras que outras, era bom vê-lo daquele jeito.
E então depois de alguns meses, ele começou a cursar faculdade em Brasília, me disse que ia morar lá, mas me visitaria no meio do ano.
Muitos acontecimentos, a visita foi adiada, a faculdade e a namorada nova ocupando cada vez mais o tempo dele, mas aos fins de semana, ele podia me ligar.
As ligações foram ficando cada vez mais raras, até que a tal namorada partiu o coração do meu amado amigo. Nos aproximamos novamente, mas durou pouco. Enviou-me um texto no meu aniversário, e depois de alguns dias estava muito ocupado.
Meses se passando e a distância só aumentava, ele quis se desligar da internet e isso dificultou tudo, mas eu o entendia.
18 de janeiro de 2016, ele fez 20 anos, nos falamos muito naquele dia, desejei tudo o que podia, e lhe disse o quanto fazia falta. Ele dizia que estava com saudades de mim e que queria que eu conhecesse a nova namorada cuja idade era próxima a minha. Essa velha proximidade durou uma semana, e até hoje estou sem notícias dele.
Os meses de distância pareciam muitos anos, e por vezes chegavam a doer. Hoje não consigo falar em saudade sem pensar nele, nos poemas que ele pedia pra eu ver se estavam bons, nas músicas que gostava e das vezes que desafinava ao cantar nas ligações.
Mas até que parou de doer, agora as lembranças provocam sorrisos, muitas vezes me emocionam, e também alimentam uma certa esperança de que ele vai voltar, e ocupar o lugar de meu melhor amigo.
Eu tentei resumir ao máximo a história, ocultei muitas risadas, choros, cantorias, ligações, aulas de física e muito amor.
T, se um dia você chegar a ler isso, quero que saiba que você é uma grande parte do que sou e do que sinto hoje, que eu irei com todo prazer no seu casamento, e que ficarei imensamente feliz ao conhecer os filhos que um dia você vai ter. Eu espero que você seja muito feliz. E é com lágrimas nos olhos que eu te digo que nunca vou esquecer do teu "euteamosemespaçospracompensaradistância" e do teu "Dá pra esquecer que eu já gostei da bel, por favor?".
Espero te ver em breve.

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