quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Rios de veia
Eu, apenas um garoto, gritava aos quatro cantos do mundo que ela era o meu mundo, ela achava graça, me olhava com aqueles olhos cor de mel e dizia "besteira menino... não sou quase nada, não sou ninguém."
Mal ela sabia que as veias que via através da sua pele tão branca me lembravam rios, que suas curvas me lembravam as montanhas, seus olhos me lembravam as estrelas, que sua voz me lembravam o barulho calmo do mar. Ah eu poderia morar naquele abraço, faria minha casa e seria o cara mais feliz do mundo.
Mas ela via defeitos onde não existia, ela se via tão deslocada e imperfeita e eu só via alguém que precisava de muito amor, eu a amaria, se ela me notasse de fato, mas eu era apenas o garoto que via brilho onde ninguém mais via.
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