No silêncio das estrelas eu vi que estava mais só do que eu pensava, um tanto assustador, mas ao mesmo tempo, libertador.
Incrível como nossa visão das coisas muda depois de 5 minutos de paz daquele dia ruim, quando paramos, fechamos os olhos tão fadigados, esgotados e cheios de lágrimas, não de tristeza, mas de algo pior, um cansaço imenso que parece ser incurável, junto com uma leve sensação de vazio, e ouvimos uma música.
Uma, duas, três, a lista de reprodução inteira, um turbilhão de pensamentos e constelações no escuro das pálpebras, e então percebemos que aquilo era tudo o que precisávamos, estar só estando sozinho, e não estar só acompanhado dos outros.
Pode parecer estranho, mas é como se a vida acontecesse durante aqueles 4 minutos e 14 segundos, durante aquela oração que você faz bem baixinho, nem sabendo o que falar, porque nada aconteceu e você se sente estranho, e aí nada continua acontecendo e você começa a se perder, como se de alguma forma, tudo estivesse mudando de maneira invisível, inaudível mas não imperceptível.
Os amigos se tornam estranhos, e você se sente o mesmo, a vida parece não ser sua e você se sente o mesmo, os seus desejos são os mesmos, talvez você ainda seja o mesmo, talvez tudo isso seja efeito daquele velho remédio: o tempo.
Ninguém disse que ele só curava.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
Prescrição
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