domingo, 3 de abril de 2016

Partidas sem aviso prévio

Já era madrugada e ele permanecia deitado ao meu lado acariciando meu rosto e enrolando algumas mechas do meu cabelo e eu quase dormindo mas me esforçando ao máximo para não dormir e deixá-lo acordado sozinho.

Em alguns momentos riamos juntos e em outros momentos ficavamos abraçados, tá parece bem clichê mas eu não queria que aquilo tudo acabasse, na manhã seguinte seria tudo igual ele ia embora, eu ficava até alguém me ligar e eu ir para o trabalho até porque a única coisa que deu certo nas nossas vidas foi a nossa carreira profissional.

Já duas da madrugada ele completamente acordado e eu apenas metade, ele me dizia planos futuros que poderiamos fazer caso eu quisesse, me elogiava e depois ficava rindo por eu estar mais dormindo do que ouvindo ele e então ele começou a dormir mas dessa vez algo de diferente aconteceu ele não colocou o despertador para tocar, não arrumou as roupas dele para logo partir, apenas ficou deitado ao meu lado, chegou a dizer algumas palavras mas eu logo adormeci, logo na manhã seguinte sou acordada por uma ligação -" nada de trabalho por hoje".

Deito novamente e ele está lá, vou até o banheiro lavo o rosto e retorno ao quarto novamente, nunca havia visto ele dormir até porque quem dormia sempre primeiro era eu mas ele estava lá, o rosto dele fazia transparecer que estava sorrindo mas talvez seja apenas o jeito dele dormir, fui logo atrás de uma roupa qualquer para ir até a padaria, tudo bem meio ridiculo fazer isso mas o que posso fazer se sou feita de clichê?, chego e ele já havia se levantado, estava no banho, preparo o café o mais rápido possivel e me sento na mesa esperando por ele, o celular dele não parava de tocar, ele então sai do banho demora um pouco atende o celular e sai do quarto, o que dizer de alguém que sai do seu quarto com uma blusa antiga sua e uma toalha na cintura? Apenas comecei a rir dele pelo fato da blusa ser do meu ultimo ano da faculdade e ser bastante pequena para ele, ele me pergunta - " estou bonito?"- não pude me conter em dizer que estava engraçado ele me abraça e se senta ao meu lado.

Ao longo do dia ficamos em casa e ao chegar a noite ele então diz - " irei partir hoje, espero vê-la novamente, eu sei que eu deveria ter dito isso muito antes mas eu não queria que você ficasse com o pensamento de isso é à ultima vez que vou vê-lo, mas sim de que logo vamos nos ver e ter mais momentos como esse, escreverei cartas todo final do mês e logo nos veremos, vou partir daqui algumas horas e não quero que você vá lá me deixar, odeio despedidas quero considerar isso como um até logo" - eu apenas me sentei no sofá e liguei a TV, já que ele iria partir que fosse sem meu "até logo" e ele se foi, saiu pela porta e não voltou atrás.

No primeiro mês não recebi carta alguma, nem no segundo e nem nos seguintes decidi que não iria esperar por carta alguma e voltei a minha rotina sem rotina que sempre tive, conheci pessoas novas, acabei com qualquer possibilidade de relacionamento pela frente que eu poderia ter, viajei por alguns países e por fim depois de um longo tempo, volto a minha casa onde eu apenas usava para dormir e guardar minhas coisas, o correio pelo qual eu não havia mexido a tanto tempo estava abarrotado de cartas, mexi e mexi nelas eram dele mas já faziam meses que tinham chegado não valia mais nada querer ler tudo aquilo, mas peguei a ultima enviada tinha sido entregue semana passada onde pelo visto eu ainda estava em Londres, abri li, rasguei e entrei em casa, besteiras e mais besteiras de desculpas esfarrapadas para cima de mim nunca mais, adeus.

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